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Rui Moreira sobre o apagão: “Foi um bom teste para os serviços do Porto”

Presidente da autarquia acompanhou a resposta operacional no concelho a partir do Centro de Gestão Integrada.
Saiba o que foi feito pela Câmara do Porto.

Garantir o normal funcionamento dos serviços públicos de primeira necessidade e assegurar o abastecimento de água e a segurança dos portuenses. Estes foram os focos da resposta operacional integrada da cidade face ao apagão que deixou o País sem acesso a energia durante grande parte desta segunda-feira, 28 de abril.

Por volta das 11h38 da manhã, do norte a sul do País, foram várias as regiões que enfrentaram um corte generalizado no abastecimento elétrico. Até ao momento, não são conhecidas as causas do apagão geral que também afetou Espanha e parte de França. O fornecimento da energia aconteceu de forma gradual e por etapas. Porém, enquanto a eletricidade não voltava, assistiu-se a uma corrida massiva aos supermercados, bem como a um forte constrangimento nos transportes públicos e no trânsito.

Até o início da manhã desta terça-feira, 29, o presidente da Câmara Municipal do Porto, Rui Moreira, continuava a acompanhar a situação a partir do Centro de Gestão Integrada (CGI) do Município, bem como a progressiva normalização em todas as zonas da cidade, considerando a situação um “bom teste” para as várias entidades envolvidas.

O CGI constitui o centro de coordenação operacional do Município do Porto, sendo integrado pela Polícia Municipal, Polícia de Segurança Pública, Regimento dos Sapadores Bombeiros, Protecção Civil Municipal, Mobilidade e Transportes, Ambiente, Limpeza Urbana, Águas e Energia do Porto, STCP e Porto Digital.

À NiP, o autarca revela que os “recursos fundamentais” da Câmara mantiveram-se a trabalhar ininterruptamente para garantir o “normal funcionamento” de serviços públicos de primeira necessidade. A prioridade foi o abastecimento de água em unidades hospitalares como o Hospital de São João e o IPO.

Os edifícios do Município continuaram em funcionamento graças à rede de fibra ótica garantida pela empresa municipal Porto Digital, que também estava preparada para “assegurar” a iluminação noturna por “razões de segurança”, caso fosse necessário.

A falha elétrica ocasionou ainda, em quase a totalidade do concelho, constrangimentos no abastecimento de água. Rui Moreira explica que o mesmo abastecimento é feito a partir de Lever pelas Águas de Douro e Paiva e parou devido a “problemas nas bombas elevatórias”. Ao mesmo tempo, o “pico enorme de consumo” ocasionou a falta de pressão naquela zona, obrigando ao fecho do fornecimento de água em algumas localidades do Porto, de modo a garantir a pressão “onde ela é vital, ou seja, nos serviços públicos ligados à saúde”.

Entretanto, na madrugada desta terça-feira o abastecimento de água foi retomado na totalidade e não se esperam mais constrangimentos nas próximas horas. 

Ainda, e antecipando já o pior cenário, o autarca assegura ter “capacidade instalada nos depósitos” e que está tudo preparado para dar resposta a uma eventual necessidade de fornecer gasóleo aos hospitais. Por sua vez, os Bombeiros Voluntários estão também equipados com autotanques.

O autarca afirma não terem surgido “grandes preocupações” e que desde o primeiro momento o que ficou definido entre a Proteção Civil e a RED (Redes Energéticas Nacionais) foi garantir e tratar primeiro dos serviços públicos de primeira necessidade. 

Em resposta aos constrangimentos do apagão, destaca-se o reforço da STCP nas linhas que fazem ligação da cidade ao Aeroporto Francisco Sá Carneiro, com autocarros gratuitos para que quem chegava não ficasse retido na infraestrutura, devido à falta de acesso ao multibanco para o pagamento de transportes. A operação dos autocarros portuenses também não foi condicionada durante todo o dia de segunda-feira. O Metro do Porto retomou a circulação na totalidade esta manhã, pelas 6 horas, como dá conta uma publicação nas redes sociais.

O autarca revela ainda que só foram registadas 65 ocorrências, muitas delas por pessoas que ficaram presas em elevadores no momento do apagão. Não foram registados quaisquer acidentes rodoviários, o que é notável, considerando que os semáforos da cidade não estiveram a funcionar.

De destacar também que depois do encerramento forçado do Mercado do Bolhão, esta terça-feira, já estão reunidas as condições de segurança para a abertura e atendimento aos visitantes deste mercado histórico, com o total funcionamento das bancas.

 

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