O “novo” traçado do Jardim Teófilo Braga, mais conhecido como Praça da República, já é visível. Novo, entre aspas, porque o desenho reflete, como prometido, o traçado original deste jardim que já conta com mais de 125 anos de história. Esta terça-feira, 4 de fevereiro, a Câmara Municipal do Porto revelou imagens que mostram a evolução dos trabalhos, iniciados em agosto e a “decorrer dentro do previsto”, com conclusão para o final de junho, mesmo a tempo do verão.
Entre os trabalhos realizados até agora e que envolvem ainda uma das fases mais aguardadas e que já está em curso está o reposicionamento das estátuas que sempre fizeram parte do local. Já é possível ver a nova localização das esculturas “Padre Américo”, da autoria de Henrique Moreira e, “República” de Bruno Marques. Ambas as obras já se encontravam instaladas na praça. “Todas as obras existentes estão a ser reposicionadas em locais de maior visibilidade, proporcionando uma melhor apreciação”, afirma a autarquia.
O projeto prevê ainda o regresso da escultura “Rapto de Ganimedes” anteriormente instalada no Jardim da Cordoaria. Atualmente, a estátua encontra-se em fase de restauro, antes de ser reinstalada no seu local original. A intervenção é da responsabilidade da empresa municipal GO Porto e tem como objetivo tornar este emblemático espaço verde da cidade mais “atrativo, acessível e funcional” para todos os seus visitantes. Segundo a empresa, “as obras seguem a bom ritmo”.

O objetivo da obra de requalificação
A intervenção no Jardim Teófilo Braga visa “recuperar as origens históricas deste antigo campo militar de 1909”, com um traçado linear, simétrico e centralizado, com a grande missão de resgatar o seu carácter original. As obras arrancaram no final de agosto do ano passado. A empreitada de revitalização deste jardim histórico já tinha sido anunciada em novembro de 2023.
O projeto prevê o alargamento da área dedicada aos espaços verdes, com a plantação de 13 mil arbustos e, pelo menos, 150 árvores, com o objetivo de criar um “ambiente mais verde e agradável”, tal como revela a autarquia. Em causa está ainda a renovação da rede de rega, a introdução de caixotes do lixo, bebedouros e bancos, bem como a reformulação de “toda a rede de recolha de águas pluviais e a rede de iluminação pública”, avança o portal de notícias oficial da Câmara Municipal do Porto.
A área do relvado vai ser expandida e terá novos percursos limitados por muros de granito. Alguns dos detalhes imponentes vão manter-se, como a enorme palmeira que ali se encontra. Vai também haver mais bancos de madeira e outras zonas de descanso feitas de granito, para dar continuidade aos muretes que entretanto serão construídos.
O projeto é assinado pela arquiteta paisagística Teresa Portela Marques, da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto. A envolvência da profissional promete “respeitar a evolução desta praça muito importante para a cidade”.
O espaço central, onde a maioria das pessoas se junta, continuará “relativamente largo” e poderá mesmo passar a funcionar como “uma espécie de anfiteatro”, descreve a arquiteta. Segundo Teresa, este também será um ótimo local para os miúdos, embora não esteja prevista a criação de um parque infantil.
A empreitada deverá contar com um investimento de cerca de 1,3 milhões de euros. As obras estão a implicar alguns condicionamentos de trânsito na Praça da República que deverão estender-se, pelo menos, até ao dia 25 de junho deste ano. A proibição de paragem e estacionamento e o estreitamento de vias são alguns dos condicionamentos.