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Sete bebés de barriga para cima no Porto. Todos eles querem adormecer ao seu colo

Quatro dos cachorros foram resgatados já com a mamã morta por envenenamento. Precisam de boas famílias que os respeitem e amem.
Amendoim espera por si.

As atrocidades contra os animais continuam a ser uma constante um pouco por todo o país. Muitos cães e gatos são abandonados nas ruas, dando origem a ninhadas sucessivas – e as intervenções nas colónias (ainda não é permitido, por lei, fazer o mesmo com matilhas), no sentido de esterilizar as fêmeas e castrar os machos, não são suficientes, muito à conta dos tutores que não fazem o mesmo com os animais lá de casa e que os deixam ir dar as suas voltas – ou que abandonam as suas crias algures. Na zona do Porto, a ativista Daniela Alex tem tentado salvar os bebés que encontra – e tem neste momento sete patudos à espera de bons lares.

Daniela é uma protetora da causa animal que vive em Matosinhos – distrito do Porto –, mas desloca-se frequentemente a Ponte da Barca (Viana do Castelo) para cuidar de animais de rua e regressa muitas vezes a casa com mais um nos braços. Na última quinzena já resgatou nove bebés, de duas ninhadas diferentes, e apenas duas manas, a Aveia e Quinoa, já têm famílias em vista. Os restantes sete esperam também pelo seu dia de sorte. Estará para breve?

Aveia e a Quinoa nasceram no meio do mato em Ponte da Barca, há cerca de dois meses, juntamente com mais quatro irmãos. Elas foram as primeiras a ser resgatadas, a 18 de abril, tendo os manos ficado por lá para Daniela tentar capturar a mamã para ser esterilizada. Mas o pior aconteceu: a mãe, tão ciosa das suas crias, foi morta por envenenamento. “Ela já estaria morta desde terça-feira, 22 de abril,  mas só me avisaram no dia 24, estava eu a caminho de Ponte da Barca”, conta Daniela à PiT com grande tristeza.

Bebés deixados à sua sorte

A cuidadora não se conforma com este destino. “Mais do que a dor de perder desta forma um animal que estava a ser reabilitado, é a dor de perceber que ninguém se importa”, lamenta. Daniela retirou de imediato os restantes manos do local, aos quais deu os nomes de Alfarroba, Chia, Caju e Amendoim. Estão em sua casa, são uns amores cheios de vivacidade e vão ser de porte médio.

Antes desta ninhada, já Daniela tinha salvo no início do mês outros três manos, também na zona de Ponte da Barca. “Eram quatro, mas por um já nada houve a fazer… morreu afogado num tanque que havia ali perto. E aos outros possivelmente iria acontecer o mesmo. Provavelmente nasceram numa casa, porque são animais meiguinhos – o que indica que tinham contacto com humanos. Como não devem ter conseguido famílias para eles, abandonaram-nos no meio do nada”, explica a cuidadora.

Estes três manos, que serão de porte pequeno – entre seis a dez quilos de peso – são muito meigos e cheios de energia, diz Daniela. Estão atualmente numa família de acolhimento temporário (FAT) e chamam-se Cacau, Nina e Faísca, que foram os nomes que as filhas da FAT lhes deram.

A protetora de Matosinhos apela a boas famílias para todos eles. E isso implica serem tratados com dignidade e amor, não terem acesso à rua sozinhos nem serem acorrentados. Se quiser visitá-los, com vista a uma possível adoção, basta contactar Daniela (916 462 999). Percorra a galeria para os conhecer melhor.

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