A Casa do Beco dos Redemoinhos, também conhecida como Casa dos Alão de Morais, fica no bairro da Sé e acredita-se que deverá ter sido construída na primeira metade do século XIV. Já serviu de habitação para o clero, mas também como estrebaria, palheiro e residências de pessoas mais carenciadas da cidade.
No âmbito da estratégia de reabilitação habitacional do Município do Porto, que tem vindo a introduzir imóveis anteriormente devolutos no mercado de arrendamento acessível, têm sido devolvidos espaços históricos à cidade. Desta vez, a sociedade de intervenção urbana Porto Vivo está a reabilitar aquela que é considerada a casa mais antiga do Porto.
“O projeto de intervenção prevê criar espaço de habitação, mas também de serviços. Para a vertente habitacional, será privilegiada a abertura dos espaços, promovendo a reabilitação da área útil e a iluminação natural e ventilação”, explicou a autarquia em declarações ao “Jornal de Notícias”, acrescentando: “Quanto à solução arquitetónica para a parte alocada a serviços, a principal premissa foi a de tentar manter, tanto quanto possível, o existente. Nos casos em que não for possível, a arquitetura será substituída por estruturas leves, de fácil reconversão e com recurso a materiais compatíveis”.
Nesse sentido, a intervenção em curso no Beco dos Redemoinhos faz parte de um trabalho de caráter intergeracional, que pretende respeitar valores culturais provenientes do passado, dotar o Porto de soluções habitacionais qualificadas e dar aos vindouros a oportunidade de conhecer a essência da cidade.
Ao todo, prevê-se um investimento superior a 360 mil euros na reabilitação do imóvel, que deverá estar disponível para ingressar no mercado municipal de arrendamento acessível, a partir de dezembro de 2025. A reabilitação urbana promovida pela Porto Vivo já disponibilizou mais de 340 habitações.