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Novo ciclo cultural quer explorar a história dos mosteiros e conventos do Porto

A mais recente aposta do Museu e Bibliotecas do Porto pretende contar a história da cidade de uma forma diferente.
Poderá conhecer o Convento de Santa Clara do Porto.

Para o Museu e Bibliotecas do Porto, os antigos espaços monásticos e conventuais são uma fonte quase inesgotável de estudo para a histografia moderna. Permitem explorar novas abordagens sobre a realidade por detrás das cercas de clausura e é nesse sentido que estão a promover um novo ciclo de programação, sem periodicidade e temáticas fixas, com o objetivo de trazer novos públicos aos seus espaços.

Ao longo de seis sessões, vai haver seis percursos que prometem transportar as participantes para o quotidiano dos habitantes – nem todos professos – de alguns dos mais importantes mosteiros e conventos do Porto. (IR)REGULARIDADES arranca agora em maio no Reservatório, com o Curso de Primavera “Mosteiros e Conventos do Porto: perspetivas da nova investigação”.

A primeira sessão aconteceu na sexta-feira, 2, com o professor da FLUP, Hugo Barreira, que propôs um olhar cinematográfico e a relação dos conventos e mosteiros entre a ficção e a realidade. Na próxima sexta-feira, 16 de maio, pelas 17h30, o professor Tiago Trindade Cruz propõe uma visita ao Convento de Monchique para explorar a metamorfose do património edificado.

O convento de Monchique, fundado no século XVI sobre um paço medieval, foi ampliado ao longo de três séculos. Após a dissolução das Ordens Religiosas, passou a ter funções industriais, comerciais e de serviços. Para o professor, o crescimento atual do turismo no centro histórico do Porto torna urgente o conhecimento e a preservação deste património edificado.

A terceira sessão, intitulada “De onde vieram as pedras do mosteiro?”, acontece a 30 de maio, também pelas 17h30. José Ferreira e Silva da MMIPO (Museu e Igreja da Misericórdia do Porto) quer abordar a dinâmica entre as pedreiras e os estaleiros de alguns conventos e mosteiros da cidade do Porto, erguidos ou reconstruídos na Época Moderna, a partir da leitura de fontes, como os contratos de obra, relacionadas com a concretização destas arquiteturas.

A 13 de junho, no mesmo horário, a professora Maria João Oliveira e Silva, da FLUP, propõe uma visita aos mosteiros femininos da cidade. A partir das subscrições autógrafas de monjas e freiras de várias instituições monásticas e conventuais, o objetivo é que os participantes compreendam de que forma se ensinava e se aprendia a escrever nestas casas femininas do Porto, no século XVI, e quais os níveis de competência gráfica destas religiosas.

A próxima sessão acontece a 27 de junho, com Ana Cristina Sousa, professora da FLUP, sob o título “Edifícios em mutação: o Convento de Santa Clara do Porto (Séculos XV-XXI)”. Nesta visita, vão analisar-se as várias camadas construtivas e estéticas do edificado ao longo do tempo, expondo as inovações e resistências que determinaram a evolução do conjunto conventual e as circunstâncias que ditaram a forma que hoje vemos.

A 11 de julho acontece a última sessão deste ciclo, com a professora da ESMAE, Magna Ferreira. Sob o mote “Sons da clausura: a música nos conventos femininos do Porto no final do antigo regime”, a historiadora quer fazer uma abordagem sobre a práxis musical nos conventos femininos de clausura do Porto, com destaque para Santa Clara e S. Bento de Avé-Maria. Serão abordados aspetos do contexto musical da época, da educação musical intramuros e da prática musical nos conventos.

A participação em cada sessão está limitada a 40 participantes e tem um custo de 2€. Os bilhetes podem ser comprados online ou em espaços com bilheteira do Museu do Porto.

Pode consultar a programação na íntegra online.

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